Arrancaram-me
do peito a liberdade
Compensando-me
com cárcere de dor
Vitimaram
a minha raça a comercialização
Desluziram
o meu valor...
Com
a minha vinda se instalou
Uma
era de escravidão.
Irmão
explorando irmão,
Nação
contra nação.
A
ganância invadiu o mundo,
Se
fez morada no coração dos homens;
Em
troca de poder se mata,
Se
castra, se consome.
É
incalculável a dor de não poder ser livre,
Ser
gente, ser normal,
Por
ter pele diferente.
Sou
negro, e sou igual.
Tenho
um coração que pulsa e sente,
Braços
e mãos que trabalham,
Cabeça
que pensa,
Pés
que se arrastam, batalham.
Ajudei
a colonizar essas terras
Hoje
limpas e habitadas,
Enchi
seus cofres, sua mesa
E
me dizes: não és nada.
Engrandeci
o Brasil,
Com
meu trabalho pesado
E
em troca só recebi
Os
meus direitos negados.
Sonhos
e vidas se perderam
Nas
correntes, nos navios,
Nas
senzalas...
Um
grito explodiu de norte a sul,
É
Zumbi: “Povo meu,
povo
meu não se cala”.
Povo
de todo o Brasil,
Gente
de todas as nações:
Diga
não ao preconceito
E
vamos viver como irmãos.