domingo, 21 de julho de 2019

Liberdade

Arrancaram-me do peito a liberdade
Compensando-me com cárcere de dor
Vitimaram a minha raça a comercialização
Desluziram o meu valor...

Com a minha vinda se instalou
Uma era de escravidão.
Irmão explorando irmão,
Nação contra nação.

A ganância invadiu o mundo,
Se fez morada no coração dos homens;
Em troca de poder se mata,
Se castra, se consome.

É incalculável a dor de não poder ser livre,
Ser gente, ser normal,
Por ter pele diferente.
Sou negro, e sou igual.

Tenho um coração que pulsa e sente,
Braços e mãos que trabalham,
Cabeça que pensa,
Pés que se arrastam, batalham.
Ajudei a colonizar essas terras
Hoje limpas e habitadas,
Enchi seus cofres, sua mesa
E me dizes: não és nada.

Engrandeci o Brasil,
Com meu trabalho pesado
E em troca só recebi
Os meus direitos negados.
Sonhos e vidas se perderam
Nas correntes, nos navios,
Nas senzalas...

Um grito explodiu de norte a sul,
É Zumbi: “Povo meu,
povo meu não se cala”.

Povo de todo o Brasil,
Gente de todas as nações:
Diga não ao preconceito
E vamos viver como irmãos.

Autor desconhecido